tudo de novo (2022)
Este solo integrou o projeto Solos Brasileiros: Danças para Villa Lobos (2022) a convite da Oficina Oswald de Andrade de São Paulo, em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. O convite foi feito para que 9 artistas dançassem uma composição das 9 Bachianas Brasileiras de Heitor Villa-Lobos. Por sorteio, cada artista ficou com umas das composições.
tudo de novo parte da frase de Oswald de Andrade, “Vamos comer tudo de novo” escrito posteriormente à Semana, na Revista Antropofagia (1929). O recorte foi mote para a reflexão de não apenas repetir, mas fazer do caminho anterior uma outra experiência, pois ao retornar reconhece-se a pequena diferença ou desvio daquilo que já está, e que não é mais o mesmo. Fazer e refazer a ação pela repetição, pela retomada, pelo ciclo, pelos giros, os gestos possíveis e impossíveis de se repetir, a palavra repetida que perde ou extrapola o sentido. Esta repetição não é a espera de algo novo, mas sim o reconhecimento do que já está ali, “apenas o mesmo ovo de sempre choca o mesmo novo”, como disse Leminski.
tudo de novo se arriscou na musicalidade das Bachianas Brasileiras nº5 de Heitor Villa-Lobos, composição mais conhecida, para não somente exaltar a sonoridade do compositor – considerado precursor de uma linguagem musical “genuinamente brasileira” – como também questionar a construção sobre a ideia de Brasil a partir de reflexões atuais.
Este solo já foi apresentado no Sesc Pinheiros na programação Diversos 22, Sesc Santo Amaro, Sesc Santo André e nos festivais JUNTA em Teresina e Contém Dança em Curitiba.
Concepção e dança – Beatriz Sano | Adaptação sonora – Chico Leibholz | Colaboração artística – Eduardo Fukushima e Júlia Rocha | Compartilhamento de processo – Allysson Amaral | Desenho de luz – Gabriela Luiza | Desenho do flyer – Giu Nishiyama |Registro em video – Paula Ramos | Edição do teaser – Gabriela Luiza | Fotos: Caio Silva e Dany Satiko